domingo, 7 de setembro de 2014

violentaram o glamour

O momento em que respirei fundo e deixei minhas mãos caírem nas coxas dizendo "então é isso, vou pra Holanda!" não aconteceu. Não posso dizer em que momento comecei os preparativos ou quando senti que realmente estava a ponto de ir embora. Muito menos quando cheguei. Tudo foi um movimento contínuo nos últimos meses, desde março pra ser exata, e só agora tenho sentido o peso de todo esse esforço.

Sim, esforço. Não tive espaço pra me sentir feliz, e percebo os olhares de reprovação quando o digo. Então aqui entra a primeira lição pra vocês que ainda não tentaram um doutorado sanduíche no exterior com financiamento federal: não existe glamour no processo. Pelo contrário. Em alguns casos, no meu em especial, você precisa comer a merda de muita gente, comer o seu próprio estômago, comer um mundo inteiro de tanta ansiedade, pra só então chegar onde queria. Em Wageningen, pra mim.

Mas eu não quero começar essa história numa nota sombria, só estou puta da cara porque acabei de perder uma cafeteira italiana de 10 euros no caminho de volta do mercado (pois é, isso também acontece aqui). Quero mesmo é começar na minha nota de sempre, a mais realista possível. Com alguns momentos Pollyanna e Grumpy Cat intercalados no meio disso tudo, porque é assim que as coisas me são.

Welkom.

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